sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Saturna "Some Delicious Enemy" (2007)

Turbilhão shoegaze, psychedelic, indie, space-rock surgido em Portland mas atualmente residindo em Seattle.  Steve Anderson, Ryan Carrol, Eric Block e Matt Badger fazem mágica neste debut extremamente avassalador, com canções agridoces de uma profundidade intensa, camadas de distorções e delicadeza fundidas em verdadeiras torrentes de ondas cerebrais hipnotizantes e certeiras. Não citarei destaques pois seria uma grande injustiça e até porque a perfeição está contida em um todo. Aconselhadíssimo do fundo da alma. Podem baixar sem medo algum e aproveitar este primor absoluto. Nota 10.





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sisters Of Your Sunshine Vapor "Self Titled" (2009)

Trio baseado em Detroit que de forma magistral abusa da lisergia em suas canções altamente psicodélicas com influências garage, blues, glam e guitarras sujas cheias de efeitos neste seu debut lançado ano passado. Soando como uma fusão entre B.R.M.C., Black Mountain, MC5, Velvet Underground, The Black Angels e Dandy Warhols eles nos remetem a uma verdadeira trip lasciva, viagem de primeira pra quem curte esses baratos e tal. Constam em sua formação Sean (vocals/guitar), Eric (bass/backing vocals), Rick (drums Aim-Pinkxtown) e  Wayne (light show/repairs/snacks). Destaques para as fodonas "Lor Is My Gun", "Slow Suicide", All Your Lovers", "Doom" e "Two Thousand Nine". Viagem certeira se você está entediado deste mundo, ouça e vá o mais longe possível sem medo de não voltar. Aconselhadíssimo, estréia nota 10...


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Enon "Grass Geysers...Carbon Clouds" (2007)

Sétimo disco desta banda maravilhosa vinda do Brooklyn, Nova York e formada em 1999 por John Schmersal (ex-Brainiac), Rick Lee e Steve Calhoon (ambos do Skeleton key). Preocupados em explorar todo universo do pop, rock, noise, experimentações, surrealismo, dadaísmo e doses eletrônicas, fundindo guitarras esquizofrênicas ora com melodias e vocais suaves e alegres ora com experimentalismo desenfreado loucuras de todas as formas. Esse disco realmente é um primor só, pop ácido perfeito pra libertar a mente de todas as amarras musicais possíveis. Lançado após quatro anos de espera, este é um retorno dos melhores da banda que passou por algumas trocas de integrandes mas acredito ter chegado em sua perfeição com esta obra. É inevitável a semelhança com a ex-banda de John, o insuperável Brainiac que já visitou nossa páginas com dois de seus álbuns mais fodásticos, Hissing Prigs In Static Couture de 1996 e o genial Bonsai Superstar de 1994 que com certeza insisto para vocês que não conhecem dar uma olhada. Destaques para "Mirror On You", "Dr. Freeze", "Peace Of Mind", "Pigenaration", "Mr. Ratatatatat" e "Paperweights". Nota 10 indiscutivelmente pra esta genialidade...



sábado, 20 de fevereiro de 2010

Thee Oh Sees "Help" (2009)

Após pouco mais que meia década ao lado do garageiro-punk-noise "The Coachwhips" o pirado John Dwyer não parou por aí e montou uma das bandas mais bacanas da atualidade, o OCS (hoje, Thee Oh Sees). Misturando garage-rock-psicodelia em viagens lisérgicas lo-fi com influências diretas dos anos 60 e 70 das bandas de San Frisco (berço também do The Oh Sees) eles vem conquistanto diversos fãs em diversas partes do mundo. Vocais cheios de reverb, distorções escancaradas, maluquices e canções coloridas que fazem deste disco um dos mais bem criticados da década.  Com 10 álbuns na bagagem a banda continua sólida e ativa e pra ter uma noção do processo criativo altamente vigoroso de Dwyer e cia. , ano passado ao lado deste fodástico "Help", lançaram outro de inéditas intitulado "Dog Poison" e mais uma coletânea de singles chamada "Zork's Tape Bruise". Tá bom ou querem mais? Longa vida ao Thee Oh Sees e que lançem 10 discos por ano que com certeza todos serão bem-vindos. Obrigatório até o talo.



Lydia Lunch "Big Sexy Noise" (2009)

Lydia Lunch que ganhou este apelido caloroso por roubar frequentemente comida para ela e seu amigos artistas (também famintos) nasceu em 2 de junho de 1959 em Rochester, Nova York e além de cantora é poeta, escritora e atriz. Lydia está ligada até as entranhas ao início da cena No Wave onde junto a James Chance formou o queridíssimo Teenage Jesus & The Jerks em 1976. Na década de 80 criou sua própria gravadora e editora chamada "Widowspeak" onde continuou a lançar seu próprio material. A carreira solo de Lydia contou com diversas músicos e bandas de apoio, como Sonic Youth, The Birthday Party, Die Haut e Omar Rodriguez-Lopez e a moça ganhou nada menos que o título de uma das "10 performistas mais influentes dos anos 90" do jornal The Boston Phoenix. Pois bem, este disco trata-se da união dela com o pessoal foda do Gallon Drunk, onde ambos destilam volúpia, sacanagem, barulhos, jazz e até uma versão arrebatedora para o clássico de Lou Reed, "Kill Your Sons". Músicas feitas para trepar e beber, parecem a trilha sonora de um bordel "meia-boca" perdido na beira da estrada...seis canções das mais fodas possíveis, lascivamente maravilhoso e na minha modesta concepção, um dos mais bacanas do ano passado...nota 10.


Tripping Daisy "Jesus Hits Like The Atom Bomb" (1998)

Terceiro LP desta banda formada em Dallas, no Texas em 1990 por Tim Delaughter (guitarra, vocal), Jeff Bouck (bateria), Wes Berggren (guitarra) e Mark Pirro (baixo). A idéia inicial da banda era introduzir elementos psicodélicos e incomuns ao chamado college rock norte americano que rondava os meios independentes e era responsável pela veiculação de inúmeras novas bandas no cenário alternativo. Erroneamente foram até rotulados ao grunge, sendo que estavam mais para uma fusão entre o The Flaming Lips e o Build To Spill com uma roupagem mais bem-humorada e alegre que a maioria das bandas que surgiram em meados dos anos 90. O Tripping Daisy lançou quatro ótimos LPs durante sua existência e mais alguns poucos EPs, tendo se separado algum tempo após a morte do guitarrista Wes Berggren por overdose de cocaína, Wes morreu praticamente um mês antes do lançamento do último disco da banda. Fica então a dica desta viagem sônica-psicodélica soterrada por uma década de intensas novidades e descobertas musicais e em muitas vezes de total esquecimento.





sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Oblivians "Soul Food" (1995)

Trio extremamente barulhento surgido em Memphis, no estado do Tennessee em 1993 e que durou até 1998. Sua clássica formação contava com os ex-Compulsive Gamblers Greg Cartwright e Jack Yarber além de Eric Friedl, estes que se alternavam entre os instrumentos tanto em palco durante suas apresentações quanto em estúdio durante as gravações dos discos. Apesar do Compulsive Gamblers também estar inserido dentro do garage rock, o som dos Oblivians é algo bem mais crú e garageiro, pendendo para o punk muitas vezes,e  talvez isto se deva as influências de Eric Friedl. Com riffs altamente bêbados, vocais dilacerados, baterias mórbidas e apresentações viscerais a banda acabou ganhando certa notoriedade na cena underground americana e alçou certo prestígio junto a década de 90. Pois bem deixo-lhes então com mais esta porrada de índole altamente violenta e urgência despretenciosa, ícones do garage punk e da podreira gloriosa de quase três décadas atrás, música feita com as vísceras em estado bruto... 




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bardo Pond "Lapsed" (1997)

Terceiro álbum desta banda formada na Philadelphia em 1991 e atualmente composta por Michael Gibbons, John Gibbons, Isobel Sollenberger, Clint Takeda, Jason Kourkonis e Aaron Igler. Este é um dos clássicos discos de sua discografia e também um dos mais idolatrados por seus adoradores sempre fervorosos em relação a banda. O bardo Pond pode ser considerado uma fusão entre as sonoridades do Pink Floyd, Spaceman 3 e My Bloody Valentine, encaixando-se em diversos estilos tais como o Space-rock, post-rock, Shoegaze, noise-rock, psychedelic-rock e acid-rock. Com temáticas altamente lisérgicas e canções inspiradíssimas em drogas e viagens, a banda é capaz de criar atmosferas praticamente enlouquecedoras, verdadeiras lavagens cerebrais dilacerantes e perturbadoras, algo parecido ao efeito real de alguma substância alucinógena somada a muito reverb, feedbacks e distorções fantasmagóricas. Fique então com este petardo de canções assustadoras e intensidade extra-humana, uma amostra dos benefícios de algumas substâncias entorpecedoras na mente desta gente altamente privilegiada. 


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pere Ubu "The Modern Dance" (1978)

Atendendo um dos pedidos do grandioso Renato Malizia, amigo e frequentador do Sussurros e dono de um dos blogs mais fodas e noisy que conheço, o The Blog That Celebrates Itself, trago até vocês o debut de uma das bandas mais bacanas dos anos 70. O Pere Ubu surgiu em 1975 em Cleveland, EUA e tem em David Thomas (vocalista e fundador) seu único membro constante e figura central desde o início. O nome da banda é uma homenagem ao protagonista de uma obra teatral e surrealista do francês Alfred jarry. Apesar do Pere Ubu não ter alcançado o devido reconhecimento durante todas estas décadas de ótimos discos, a banda conseguiu um lugar garantido junto aos nomes cults que cercam a história da boa música. Com influências de experimentalismo, jazz, sintetizadores, cacofonia, minimalismo, noise e soul a banda tentava mostrar todos os cânceres da humanidade e as paranóias surgidas junto a modernidade, elevando o lado feio e selvagem da sociedade em suas canções. Apesar de vários rótulos estendidos a sua sonoridade, a banda aderiu o termo Avant Garage para definir seu interesse na cena experimental vanguardista em fusão com o garage-rock e outros gêneros.Esta é uma obra-prima esmagadora e extremamente original, essência da essência do underground Americano. Do caralho...


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

The Rapture "Mirror" (1999)


Debut deste caldeirão de boas influências surgido em 1998, nos Estados Unidos. Urgente é um adjetivo leve para esta máquina responsável por um dos melhores post-punk revival do final dos anos 90 e início de 2000. Mesclando indie, elementos eletrônicos, dance-punk, vocais deseperados, melodias aterradoras e demências viscerais, Luke Jenner, Vito Roccoforte, Matt Safer e Gabriel Andruzzi nos brindam com esta obra maravilhosa contendo clássicos absolutos como "Notes>>>", "Olio", "Mirror", "Alienation" e a prediletíssima e esmagadora "Kid 606 In Love With The Underground". Prepare-se para o estrago que esta pedrada nos tímpanos lhe fará. Obrigatório até a medula...




Heatmiser "Mic City Sons" (1996)

Banda de alt-rock formada no ano de 1991 em Portland, Oregon. Consistia em Elliot Smith (guitarra/vocal), Neil Gust (guitarra/vocal), Brandt Peterson (baixo) e Tony Lash (bateria). Peterson e Lash deixaram a banda algum tempo depois sendo substituídos respectivamente por Sam Coomes e John Moen. As canções pop de Elliot faziam um contraste perfeito as melancólicas e pesadas melodias de Neil. Confesso que não sou um grande conhecedor da carreira solo de Elliot, mas se de certa forma for parecida com o que ele fazia nos anos 90 ao lado do Heatmiser então estará de bom tamanho. Este foi o terceiro LP e último do quarteto, com destaques para as boas "Plainclothes Man", "Low-Flying Jets", "The Fix Is In", "Eagle Eye", "Pop In G" e para "Not Half Right". Indie-alt-powerpop de belíssima qualidade.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

The Morning After Girls "Shadows Evolve" (2005)





Debut desta banda fodona surgida originalmente em Meulbourne, Austrália por volta de 2003 e que contém em sua formação Sacha Lucashenko (vocal/guitarra), Martin B. Sleeman (guitarra/vocal), EJ Hagen (baixo), Anthony Johnson (bateria) e Alexander White (teclado/percussão/backing vocals). Desde 2008 a banda trocou seu país de origem pela cidade de Nova York e é de lá que nos bombardeia com essa preciosidade psicodélica, indie e shoegazer de altíssima qualidade. Melancolia dissonante e agridoce, pop viajante impregnado em belíssimas canções de puro delírio e contagiantes ao extremo. Esta é uma das melhores e mais encantadoras bandas que ouvi nos últimos anos, seu som é realmente tocante. Some alguma influência de Ride, Velvet Underground e ecos de MBV em fusão com guitarras altamente psicodélicas e vocais perfeitos e é isso que teremos: The Morning After Girls. Não deixe pra baixar depois, pois isso é demais e inadiável...


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Destroy All Monsters "Bored" (Compilation) (1999)

Junte o mestre Ron Asheton (ex-guitarrista dos Stooges), Michael Davis (ex-baixista do MC5), Niagara (aspirante a modelo), Laurence B.(Larry) Miller e Benjamin (Ben) Miller com influências de Velvet Underground, Sun Ra, filmes de monstros, futurismo, cultura Beat, literatura marginal, filmes noir e teremos um dos maiores assassinos da música de todos os tempos, este bando de delinquentes, iconoclastas extremamente barulhentos e geniais responsáveis por esta maravilha anti-rock intitulada Destroy All Monsters. A banda esteve na ativa de 1973 até 1985 e mesmo seguindo o rumo contrário da fama, seus registros serviram como influência pra muita gente. Ao longo da audição desta pérola avassaladora você irá sacar de qual fonte o Sonic Youth bebeu diretamente. Dissonância, experimentalismo, selvageria non-sense, depravação, aparelhos domésticos musicais, pianos de criança, amplificadores distorcidos até a soca... Pois bem, deixo com vocês mais esta obra esquecida por muitos, mas que com toda a certeza deste mundo influenciou toda uma cena e gerações mesmo que em pequena quantidade. Essencial...




sábado, 6 de fevereiro de 2010

Helium "The Dirt Of Luck" (1995)

Debut desta banda americana de Boston formada no verão de 1992 por Mary Timony, Jason Hatfield, Shawn King Devlin e Brian Dunton. Em 1995 Ash Bowie do queridíssimo Polvo (já postado em nossas páginas com o maravilhoso "Today's Active Lifestyles") se juntou a banda substituindo Dunton no baixo. Em sua curta trajetória unidos sobre o nome de Helium, a banda lançou apenas dois LPs e três EPs e encerrou suas atividades em 1998. Este é um disco bem bacana, indie-rock com guitarras lentas e teclados leves beirando a loucura e a inocência, vocais meio chapados e calmos extraídos sem força alguma e executados com total leveza. Indie-rock e noise-pop com alguns leves ecos de shoegaze bem de leve em algumas canções. Estréia maravilhosa e obrigatória desta fantástica banda que em breve com certeza voltará as nossas páginas com seu segundo LP. Destaques para as memoráveis "Pat's Trick", "Trixie's Star", "Baby's Going Underground", "Skeleton", "All The X's Have Wings" e "Flower Of The Apocalypse". Nota 10 para mais esta estréia esmagadora e inebriante.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quasi "When The Going Gets Dark" (2006)

Oitavo disco desta maravilha americana surgida em Portland, Oregon no ano de 1993 e formada por Sam Coomes, Janet Weiss e Joanna Bolme. Sua sonoridade parece ter sido criada para ser a trilha sonora de uma viagem de L.S.D. das mais piradas, com influências diretas da psicodelia 60's misturadas ao experimentalismo do The Flaming Lips e uma alta dosagem de dissonância clássica dos anos 90. Uma das bandas mais legais sem dúvida alguma. Disco lotado de canções perfeitas que passeiam de forma perfeita e plena pelo indie-rock e pop ácido. Ouça extremamente alto "Alice The Goon", "The Rhino", "When The Going Gets Dark", só para não citar todas, e tire suas próprias conclusões. Garanto que você não irá se arrepender.



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The Ponys "Laced With Romance" (2004)

Debut deste quarteto americano vindo de Chicago, Illinois e formado no início de 2001. Sua base sonora passeia entre o indie e pelo garage rock com algumas pitadas de psicodelia e alguns elementos do punk rock de forma sublime e agradável. Em sua formação constam Jered Gummere, Melissa Elias, Brian Case e Nathan Jerde e pelo que li eles ainda estão na ativa. Não espere nenhuma revolução sonora dos caras mas com certeza é uma ótima banda para ouvir tomando umas cervejas em dias escaldantes como foi o dia de hoje. "Let's Kill Ourselves", "Sad Eyes", "Little Friends", "Looking Out A Mirror", "Trouble Trouble" e "The Only One" com certeza são canções memoráveis e merecem sua devida atenção.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

TV Ghost "Cold Fish" (2009)

Debut desta barulhenta banda vinda de Lafayette, Indiana. Formada por Dolan Brahne Hoeft, Jackson Vanhorn, Shawn Ghost e Timothy Conrad Gick, o TV Ghost consegue em pouco menos de 23 minutos mostrar toda sua força em uma estréia de torrar os miolos. Psicodelia, noise-rock, post-punk, no wave, garage, lo-fi e muito experimentalismo em estado bruto, explosivo. Canções corrosivas, vocais doentios e guitarras ameaçadoras, catatonia geral sempre beirando a psicodelia e a desconstrução. Suas canções parecem ter sido concebidas a bases de marteladas, algo realmente assustador. "The Consumption", "The Network", "The Singularity", "The Recluse", "Paradigm" e "Cold Fish" realmente não são deste mundo.