domingo, 30 de maio de 2010

Magik Markers "Boss" (2007)

Surgida como um trio por Elisa Ambrogio, Pete Nolan e Leah Quimby em Hartford, Connecticut em 2001e alguns anos mais tarde seguindo como um duo sem Leah, eis este verdadeiro combo de noise-rock, experimentalismo, no wave e garage com semelhanças diretas de Sonic Youth, Religious Knives, The Hospitals, etc. "Boss" é seu segundo álbum e foi produzido por um de meus heróís, Lee Ranaldo do já citado Sonic Youth. Este disco assim como seus outros trabalhos do Magik Markers é uma fusão exasperada de guitarras caóticas, vocais agridoce, bateria pungente, climas extremamente psicóticos e desconstrução total, total do início ao fim. Confesso ter descoberto esta banda na madrugada de ontem, enquanto pesquisava bandas bacanas para postar no Sussurros e Escarros e então me deparei com esta banda mágica de urgência e beleza dissonante e não deu outra, amor incondicional na primeira audição, vício descarado mesmo. Canções como "Axis Mindi", "Body Rot", "Last Of The Lemach Line", "Empty Bottles", "Taste" (minha favorita), "Four/ The Ballad Of Harry Andstrom", "Pat Garret", "Bad Dream/ Hartford's Beat Suite" e "Circle", certamente já asseguram um lugar memorável no ápice das canções perfeitas que assombram os ouvidos e mentes dos apreciadores do noise feito com maestria e total genialidade. Aconselhadíssimo sem dúvida alguma. Nota dez de boca cheia e empolgação na alma



sábado, 29 de maio de 2010

Beach Fossils "Self Titled" (2010)



Grata surpresa surgida do Brooklyn e seu debut lançado este ano. O Beach Fossils, banda ainda pouca difundida entre nossos meios surgiu em 2009 como veículo para a gravação solo de Justin Payseus, que em seguida uniu-se ao baixista John Pena e ao guitarrista Christopher Burke, o resultado foi esta maravilha submersa entre o twee pop, lo-fi, indie-pop e uma sutil influência dos irmãos Reid. Canções de uma beleza espontânea em climas meio desleixados ,reverberações e vocais fuzzy fazem desta obra uma das boas novidades deste ano que até o dado momento só tem nos trazido bons lançamentos. Não citarei canções avulsas pois o álbum inteiro é totalmente inebriante e extremamente agradável do início ao fim. Aconselhadíssimo, pois simplesmente não consigo deixá-los de ouví-los de jeito algum. 




quarta-feira, 26 de maio de 2010

The Wedding Present "Bizarro" (1989)

Banda inglesa situada em Leeds, formada em 1985 e liderada pelo guitarrista e vocalista David Gedge, único membro constante em sua trajetória. Bizarro foi o segundo álbum da banda e o primeiro lançado pela gravadora RCA, que seria responsável pela distribuição do algum seguinte gravado em 1991, Seamonsters. The Wedding Present apesar se se recusar a participar do jogo da indústria fonográfica desde seu surgimento, recebeu boas críticas e reconhecimento dos fãs que expressam ardor a suas obras, verdadeiras maravilhas honestas e incendiárias sobre o amor, numa urgência de intensa expressão mergulhada em riffs distorcidos de guitarra e vocais anasalados de Gedge. Há certa semelhança e influência de bandas como The Fall, CUD, Buzzcocks e Gang Of Four em sua sonoridade, tornando-a a uma das melhores bandas de indie e alt rock da década de 80/90/00. A banda segue na ativa até os dias de hoje com importantes e memoráveis trabalhos dignos da formidável banda que é. Pois bem, bem vindo ao universo chamado The Wedding Present e a uma de suas obras mais geniais que inspiram este que a vós escreve com tamanha admiração.






terça-feira, 25 de maio de 2010

Teenage Fanclub "A Catholic Education" (1990)

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Debut desta genial banda surgida em Glasgow, Escócia em 1989 e que é escola para muita gente em diversos sub-gêneros musicais derivados do rock alternativo. A banda é um dos maiores expoentes do power-pop, gênero este que foi bem difundido pela também bastante aclamada banda Big Star, de Alex Chilton na década de 70. Composta por Norman Blake, Raymond McGinley, Gerard Love e Francis McDonald, o Teenage Fanclub é responsável por uma grande fusão de estilos em sua sonoridade, passando pela leveza de bandas 60's tais como The Byrds, Neil Young e alternando entre os clássicos riffs de guitarra altamente distorcidos típicos dos anos 90, porém sempre elevando a melodia em suas canções e tornado-as bastante acessíveis e singelas. A banda possui na bagagem um extenso número de bons discos apesar de nunca terem alcançado uma notoriedade exagerada. Chegaram a ser considerados por Kurt Cobain como a melhor banda do mundo, e não tiro um pouco da razão do cara em certos pontos. Não é em toda banda que você encontra estilhaços de alt-rock/jangle-pop/power-pop/shoegazer exercidos com tamanha genialidade e maestria, e uma das coisas mais bacanas é o fato de não haver estrelismo por parte dos músicos do Teenage Fanclub que sempre deram mais importância a qualidade de suas canções. 





quarta-feira, 19 de maio de 2010

Loomer "Mind Drops EP" (2009)

Eis o turbilhão gaúcho submerso nas reverberações fantasmagóricas e ruídos catatônicos dos anos 90 chamado Loomer. Stefano Fell (guitarra e vocais), Liege Milk (baixo e vocais), Richard La Rosa (guitarra) e Guilherme (bateria) são responsáveis por este petardo que estilhaça influências diretas de Ride, MBV, The Jesus And Mary Chain, The Telescopes, Sonic Youth e Dinosaur Jr por todos os lados. Unidos desde agosto de 2008 na cidade de Porto Alegre a Loomer vem aglomerando críticas e fãs por onde passam. Com shows lotados de distorções em espetáculos intimistas e walls of sound dignos do que melhor tem sido feito na atualidade e o que foi produzido em décadas recentes, a banda surge para desestagnar os eixos do underground nacional em meio a muito barulho e melodias soterradas por uma beleza e delicadeza difusa como o próprio nome da banda sugere. Este é o primeiro trabalho do quarteto lançado ano passado através do selo carioca independente Midsummer Madness. Ao todo são cinco canções, verdadeiras explosões sonoras hipnotizantes que tornam a Loomer a banda mais expressiva da atual cena independente brasileira. Digo isto não da boca pra fora, mas sim de alma e como fã e admirador deste genial comboio de inspiradíssimos músicos que exalam noise, shoegaze, guitar, grunge e indie-rock de forma magistral e entorpecente. "Mess", "Damned", "Ghosts", Enough" e "Search Own Your On" certamente já garantiram seu lugar ao sol no ápice das canções aterradoras e na urgência característica das bandas mais fodas deste planeta. 
Obs.: Download gratuito de "Mind Drops EP" diretamente na página da Midsummer Madness.




domingo, 16 de maio de 2010

The Sound "Jeopardy" (1980)

E nem só de Joy Division, The Cure e Bauhaus foram feito o post-punk e os anos 80. Eis aqui o debut de uma das lendas mais urgentes e pouco reconhecidas da cena que incendiava a inglaterra há 30 anos atrás. O The Sound surgiu em Londres em 1979 e foi formada pelo ex-Outsiders Adrian Borland (vocais e guitarra), Graham Bailey (baixo), Michael Dudley (bateria) e Bi Marshal (saxofone, clarinete e teclado), sendo Marshal substituído já no segundo álbum (From The Lion's Mouth, de 1981) por max Mayers. A banda segui até até 1987 e lançaram 5 LPs ao todo e uma porção de Singles e EPs. Após o final da união, Adrian Borland seguiu a carreira solo paralelamente a outros projetos da banda (The Honolulu Mountain Daffodils e White Rose Transmission) mas suicidou-se na estação de metrô de Wimbledon em 26 de abril de 1999 após frequentes crises depressivas. Max Mayers faleceria três anos depois, em decorrência da AIDS. A sonoridade do The Sound foi uma das mais bacanas e marcantes de sua época, com semelhanças a Echo And The Bunnymen, Teardrop Explode, Joy Division e The Chameleons mas com algo único em sua essência diferenciando-se das outras bandas. Há um desespero e urgência inigualáveis que rondam suas canções, certeiras e intensas em todos os momentos. Foi uma pena o lixo que é a indústria musical e a crítica deixá-los a margem e ignorá-los durante sua existência, pois esta sem dúvida uma das 10 maiores bandas de todos os tempos na minha opinião pessoal. Pérolas como "I Can't Escape Myself", "Heartland", "Hour Of Need", "Words Fail Me", "Missiles", "Heyday", "Jeopardy", "Night Versus Day", "Resistance", "Unwritten Law" e "Desire" são verdadeiros tesouros perdidos e dignos de uma boa audição e no mínimo respeito, mas no meu caso isto serve como vício total, entorpecimento da alma e da mente, delírio voraz e descontrolado. 



Snapper "Shotgun Blossom" (1990)

Pedrada absoluta sonic-drone-noise-pop-shoegazer vinda da Nova Zelândia e lançada por uma das mais bacanas gravadoras de todos os tempos, a Flying Nun Records (lar de bandas adoradas por este que vos escreve, como 3DsGaragelandGordons, etc.). A banda foi formada por Peter Gutteridge (ex-The Clean, The Chills e The Great Unwashed) aliado a Christine Voice, Alan Haig e Dominic Stones (3Ds) em meados dos anos 80 e este é seu debut lançado em 1990. Gutterridge é considerado um herói na cena pop local e isso não é a toa, basta sacar do que o cara é capaz de fazer. Canções densas em texturas lotadas de guitarras e vocais submersos sob este arsenal de perfeição e desconstrução noise-pop flutuante. É impossível não contagiar-se ao ouvir pérolas como "Pop Your Top", "Can", "Telepod Fly", "Eyes That Shine", "Dark Sensation", "Dead Pictures", "Snapper And The Ocean", "What Are You Thinking", "Hot Sun", "I Don't know", "Emmanuelle", "Dry Spot" e "Rain", 13 canções que facilmente podem ser inclusas no topo das melhores canções já feitas neste mundo. Absolutamente perfeito, genial e necessário. É baixar, ouvir e gozar. Nota 10 indiscutivelmente. 
Obs.: Não encontrei nenhum vídeo dos caras relacionado a este álbum, então postei uma outra canção também maravilhosa. Enjoy...




sábado, 15 de maio de 2010

Singapore Sling "Perversity, Desperation And Death" (2009)

Depois de alguns meses, eis novamente uma das bandas mais bacanas, perversas e sujas que a última década nos gerou. Falo da sensacional Singapore Sling e seu quarto disco, banda esta que retorna a casa após nos presentearem com seu debut sensacional de 2002 intitulado The Course Of Singapore Sling (aproveite e baixe esta pérola também). A banda surgiu em Rejkyavic, Islândia em 2000 e carregam títulos como "Mestres do avant-garage das trevas Islandesas" e condensam de forma enaltecedora e junky The Velvet Underground, Raveonettes, The Seeds, Dick Dale, The Jesus And Mary Chain, Primal Scream, Black Rebel Motorcycle Club e Suicide em sua essência magistralmente como poucos. O Shoegaze, a neo-psychedelia e o garage rock presentes em canções como "I believe", "Demoniac", "Godman", "Song From The Spirit", "Ahead", "Last Man On Earth", "Girl Powder" e "Martians Arts" são verdadeiras soundscapes lotadas de obscuridade e beleza embriagada que certamente grudarão na sua mente e farão um estrago permanente. Sexo, drogas e rock'n'roll de forma sublime e viciante. Baixe sem dó, prepare os copos e me chame se precisar de companhia...








terça-feira, 4 de maio de 2010

Red Lorry Yellow Lorry "Paint Your Wagon" (1986)

Segundo LP deste verdadeiro fio desencapado que surgiu em Leeds, Inglaterra no ano de 1982 e foi formada por Chris Reed, Mark Sweeney, Steve Smith e Mick Brown (que mais tarde viria a fazer parte da banda The Mission). Com vocais cavernosos, guitarras sujas, bateria e baixo latejantes e letras existencialistas, o Red Lorry Yellow Lorry chega até o blog pela primeira vez como uma das preciosidades e patrimônio post-punk esquecidas da segunda metade da década de 80. Urgência das mais notáveis possíveis mergulhada até o talo na mais pura verve goth/post-punk oitentista e bebendo da mesma fonte que bandas como The Sisters Of Mercy, Bauhaus, Joy Division, The Fall e com influências diretas de Wire. A banda passou por diversas fazes, sofrendo com algumas alterações notáveis em sua sonoridade e algumas trocas de integrantes, sendo a primeira fase a mais festejada e aclamada pelos fãs e crítica. Esta fase ocorreu no período de 1982-1986 e foram registradas neste segundo álbum "Paint Your Wagon"e em seu debut lançado em 1985 e intitulado "Talk About The Weather". Aqui você encontrará canções assombrosas como "Walking On Your Hands", "Jipp", "Last Train", "Head All Fire", "Mescal Dance", "Shout At The Sky", "Wich Side", "Tear Me Up", "Save My Soul" e "Blitz", verdadeiros petardos abismais de obscuridade vertendo a cada nota exercida. 


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Violent Soho "Self Titled" (2010)

Post em homenagem ao brother Mateus Berg Avila, frontman da Megradivers, banda esta que em seguida estará visitando nossas páginas com suas doses cavalares de distorção em ótimas referências alt-rock/90's. O Violent Soho é um verdadeiro combo de malucos que transpiram visceralmente os anos 90 em suas canções em um emaranhado de guitarras altamente distorcidas e vocais extraídos do fundo do âmago com total desespero e urgência. A banda conta com Luke Boerdam (guitarra, vocal), James Tidswell (guitarra, vocal), Lucas Henery (baixo) e Michael Richards (bateria) e foi formada em Queensland, Austrália  no ano de 2004. Sua sonoridade é uma espécie de fusão entre Nirvana, Pixies e The Vines com pitadas de garage-rock sempre mergulhados em riffs poderosíssímos de eletricidade explosiva e simplicidade catatônica. Este é o segundo disco da banda, lançado em abril deste ano pela Ecstatic Peace, selo de Thurston Moore, gênio este que dispensa qualquer comentário. Destaques fervorosos para abertura estarrecedora "Here Be Dragons", "Jesus Stole My Girlfriend" e sua doentia verve Pixieana, a explosiva "Son Of Sam", a garageira "Generation", "Muscle Junkie" e sua beleza esquizofrênica, a pop contagiante "Slippery Tongue", o hit imediato e ácido "Love Is A Heavy Word" e "Narron Ways" com um ar mais moderno e menos simplista. Urgentíssimo e necessário. Nota 10 sem dó nem piedade.





  

domingo, 2 de maio de 2010

O Carabala "EP+Ensaios+Demos" (2008)

Guitarras desconcertantes e cheias de groove, letras nonsense e uma cozinha das mais precisas possíveis. O  Carabala surge até nós como uma das bandas mais promissoras e bacanas da nova safra do cenário indie gaúcho e nacional. Com influências das mais diversas na bagagem, de bandas que vão de Pink Floyd, Red Hot Chilli Peppers e Cold War Kids o power trio passeia também com maestria pelo classudo rock  noventisma com certa semelhança a boa fase dos Los Hermanos. O Carabala são Gabriel Klaser (bateria), Guilherme Cunha (guitarra e vocais) e Ronaldo Rocha (baixo e vocais), três amigos de infância mais do que unidos pelo mesmo propósito e pela mesma vontade. A banda está na ativa há pouco mais que dois anos e já alçou certa notoriedade tocando ao lado do mestre da psicodelia, Júpiter Maçã e em festivais como o Morrostock que reúne um público bastante significativo e atrações de todo país. Enquanto o debut da banda ainda não sai do forno, deixo-lhes com algumas canções estraídas de seu EP homônimo, demos e mais algumas gravações de ensaios. Destaques saudosos para "Marcha Dos Vampiros", "O Imigrante", "Roger keith" e "Arsênico". Ao todo são dez canções de puro êxtase incendiário, groove insano que servem como prévia de um futuro altamente auspicioso.