segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Death By Kite "Self-Titled" (2007)

01 Sweet M.
02 Bahnhof Asta
03 Himmelfahrtskommando
04 Pills
05 It's Not A Song
06 Hiroshima
07 Scared Of Heights
08 Wedding
09 Dare I Eat a Peach?
10 Love Is Never Having To Tell A Lie
11 Bulletin / out

Death By Kite é uma banda emergente do cenário underground de Copenhagen, Dinamarca formada em 2005 e que atualmente conta em sua formação com Bjorn Alexander Gotzsche Lange, Mikkel Houltoug e Sidsel Marie Hermansen. O trio carrega em sua bagagem a reputação de shows extremamente altos e introvertidos guiados através da sonoridade da banda que exala referências insanas de noise-pop e melodias urgentes ao longo deste debut auto intitulado, lançado em 2007 através da gravadora Quartermain Records. Dentre as influências mais gritantes são notáveis nomes como Placebo, Sonic Youth, Mew, Siouxie And The Banshees, Joy Division e Interpol, referências diretas que aliadas a carga densa e explosiva contida nas canções tornam a obra como um todo um trabalho incendiário do início ao fim. Canções rápidas, bateria e baixo extremamente pulsantes, guitarras mágicas transbordando delays e vocais femininos/masculinos carregados de harmonia e dramaticidade fazem do Death By Kite uma das bandas preferidas da casa e sua estréia ainda pouca difundida em território brasileiro um dos trabalhos mais pungentes e gritantes da década passada. Certamente um trabalho para ouvir e lavar a alma ou exorcizar todos os demônios contidos nela, nesta fusão perfeita entre beleza, urgência e barulho. 






segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Duyi "We Are Duyi EP" (2011)

1. Changing Your Toys
2. Everything You Think So Fun
3. Shame And Tears
4. Mequetrefe Nonstop
5. Mary
6. Run!
7. Changing Your Toys Wacka Wacka (Duyi Silent Disco Remix)

Surgida no início de 2011 como um projeto paralelo da banda gaúcha L.A.B. (Less a Bullshit) dos amigos Dan Schneider e Fernando Fisher, a Duyi presenteia-nos com seu debut lançado recentemente, o EP de 6 canções inéditas e um remix, intitulado "We Are Duyi" onde a influência direta no synth-pop dos anos 80 serve como força motriz para este excelente trabalho proferido pelo duo que também conta com João Augusto (ex-Stratopumas/Volantes/Bidê ou Balde) em sua formação. A atmosfera de colagens e loops  segue firme entre as imensidões de sintetizadores e camadas tecidas ao longo da obra, causando um verdadeiro efeito extasiante durante sua audição, seja através da urgência dançante exposta em "Everything You Thing So Fun" e sua bela harmonia de cordas ou na delicadeza dos arranjos e nos vocais de "Mary", homenagem a irmã de Fisher. As referências deste caldeirão de inúmeras influências por onde a Duyi transita podem ser notadas através de bandas como Talking Heads, Flaming Lips, Electric Light Orchestra, The Smiths, The Cure, Bomb The Bass, New Order, John Frusciante e TV On The Radio, que de alguma forma contribuem para este incrível debut e sua fusão perfeita entre os elementos orgânicos e eletrônicos presentes a cada faixa, aliados aos vocais em perfeita sincronia de Fisher e Schneider. Certamente uma estréia para alcançar o topo de qualquer lista do ano!!!


Ouça "Mary" :






quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ryan Adams - Ashes & Fire (2011)

Não é segredo para ninguém a minha admiração pelo jovem Adams. Desde a época do Whiskeytown que fico sempre atento a seus lançamentos. Para mim ele é definitivamente, ou foi, a reencarnação (isto é o mais católico que posso chegar) de Gram Parsons, outro cara que admiro muito. Sua música sempre foi uma combinação de suas raizes(Jacksonville) “sertanejas” leia-se country/bluegrass/Nashville sounds + whisly + drogas + coração partido + rock e claro, boas companhias. Já gravou um dueto com Emilou Harris fazendo um cover do Parsons enfim, é um grande cara.

Agora careta(sóbrio) completamente lançou o aguardadissimo (pelo menos ali em casa) Ashes & Fire um disco que jornalisticamente diríamos volta as raízes (sim, eu utilizei um emulador de resenhas) e quebra sua parceria com o Cardinals, banda com a qual vinha gravando seus últimos trabalhos. Dizer que é um álbum excelente seria um exagero mas, ele tem momentos incríveis. A gravação, produção do disco é de um rigor extremo e ficou a cargo de Glyn Johns. Os microfones captaram tudo de forma belíssima e a voz de Adams está melhor do que nunca e tudo foi feito com o maior primor possível. Muita coisa denota para um disco acústico com pianos, violões, violinos tudo em quase primeiro plano, perdendo apenas para as vozes.

O disco abre com Dirty Rain que caberia perfeitamente em um disco do Whiskeytown e claro que já falei mas, repetirei, a voz dele está muito boa. Nunca saberemos se é a falta das drogas, da bebida e tudo mais, eu nunca acho que isto vem para o bem em um artista mas, ele está muito bem, seja lá qual for a técnica/fuga que utilizou. Ashes and Fire, que dá nome ao disco é definitivamente a melhor. Não sei se existe mas é uma valsinha country, música pra tocar numa festa de debutantes em Nashville e coloca Ryan mais uma vez no patamar dos grandes compositores e músicos da cena sulista e country norte-americana. Come Home é uma baladinha, outra que caberia muito bem no Whiskeytown e parece aquelas músicas de fim de filme, chamando alguém de volta para casa. É um convite a alegria e o fim de um exílio mesmo que seja apenas dentro de si mesmo e isto diz muito já que recentemente citou em entrevistas que por muitos anos virou um personagem em sua própria vida. Atuou como fantasma e muito disso pode ser resultado de uma vida ou temporada de excessos. Em sua vida sempre passou por altos e baixos, ora extremamente feliz e hora em completa depressão, corações partidos e uma briga até com a música e com o público.

Recentemente ameaçou largar completamente a música devido a problemas sérios de saúde, ainda bem que desistiu desta burrice. Alie a isto o fato de sua avó (que o criou) ter morrido durante a elaboração do disco e pouco antes ter ligado para Adams pedindo (Come Home) que ele voltasse para casa para que ela o visse, antes de morrer.
A cantora e pianista Norag Jones tocou piano no disco e participou da criação de 3 faixas, Come Home, Save me e Kindness. Além dela, o guitarrista dos Cardinals e sua esposa Mandy Moore participaram, ele como guitarrista e ela fazendo os vocais de apoio.

Para resumir um pouco, é um grande álbum. Uma pessoa despreparada/desacostumada a country music talvez se sinta um tanto deslocada ouvindo ele mas para os amantes da boa música e desnudos de preconceito uma verdadeira pérola.