sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mudhoney "Piece Of Cake" (1992)

Este é da série "Eu mandei fazer uma camiseta com esta capa de disco". Bom o Mudhoney de certa forma dispensa comentários, tanto pela sua importância no cenário alt-rock dos anos 90, como na influência que exerceu sobre toda uma cena musical e em uma geração notável de músicos. Apesar de estar sempre distante do mainstream e das grandes tendências musicais a banda possui uma notável legião de fãs fervorosos mesmo que não em grandes proporções. O Mudhoney de Mark Arm, Steve Turner, Dan Peters e Guy Maddison (formação atual) surgiu em Seattle no ano de 1988 com este nome antes dos inúmeros projetos anteriores dos integrantes envolvendo membros do Pearl Jam, Green River, Mother Love Bone e mais um punhado de bandas. Apesar da crítica e parte dos fãs terem torcido o nariz em relação a este disco, afirmando que eles teriam deixado de lado seu peso habitual, Mudhoney será sempre Mudnoney e os riffs crus, guitarradas violentas e vocais dilacerados estarão sempre presentes fazendo desta, uma das bandas que realmente podem dizer de boca cheia que são uma banda indie de verdade. Indispensável pra qualquer fã de alt-rock e garage-rock com a mínima quantidade de massa encefálica e respeito pela música sincera, barulhenta e de qualidade.






quinta-feira, 29 de abril de 2010

Veil Veil Vanish "Change In The Neon Light" (2010)

Estréia desta banda que surge como uma das grandes novidades e promessas deste final de década. O Veil Veil Vanish vem de San Francisco, California e conta em sua formação com Cameron Ray (guitarra), Kevin Tecon (guitarra, vocal), Amy Rosenoff (baixo), Robert Marzio (bateria) e Justin Anastasi (teclados). Com uma fusão mais que perfeita e urgente entre The Cure, My Bloody Valentine e Slowdive, a banda cria soundscapes de alto impacto com uma estrutura que evoca o lado sombrio do post-punk mergulhados no  wall of sound típico da cena shoegazer. Há um clima altamente libidinoso e mórbido em torno das canções, desespero de altíssima qualidade em 9 canções de uma perfeição extremamente viciantes. "Change In The Neon Light", "Anthem For A Dommed Youth", "Exit City", "Modern Lust", "Pharmaceutical Prty Platform", "Secondhand Daylight", "This Is Violet", "Detachment" e "The Wilderness" certamente já entraram no topo como mais uma das gratas surpresas que nos brindam neste formidável 2010. Necessário ao extremo.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Fuck "Pardon My French" (1997)

Banda americana de indie-rock/ lo-fi/ noise-pop surgida em Oakland, California em 1993 por Timothy Prudhomme, Geoff Soule, Kyle Statham e Ellison Theodore. A banda se conheceu durante a prisão dos mesmos por um final de semana e escreveram suas primeiras canções dentro da cadeia. "Pardon My French" foi seu terceiro LP e foi lançado em 1997 pela Matador Records, que viria a lançar também seu quarto disco intitulado "Conduct" e lançado em 1998. O clima lo-fi é predominante e as semelhanças ficam a cargo de bandas como Silkworm, Swell, The 88, Preston School Of Industry e Sebadoh. Até o que me consta no momento a banda iniciou a gravação de um novo material desde janeiro de 2007, mas nada de concreto foi anunciado além disto. A banda permanece no urderground apesar de ter lançado ótimos registros. Destaques para "Li'l Hilda", "Fuck Motel", "For Lori", "Tether", "Dirty Brunette", "To My Girl" e "Am I Losin". Dezesseis canções em climas despretensiosos e bastante intimistas, não poderia passar batido de jeito algum. vale a pena dar uma conferida. 
Obs.: Como não encontrei nenhum vídeo bacana relacionado a este álbum, postei "Like You" do disco "Baby Loves A Funny Bunny" de 1996.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Film School "Hideout" (2007)

Banda atualmente formada por Greg Bertens, Dave Dupuis, Lorelei Plotcyk, Jason Ruck e James Smith e residente em Los Angeles. O Film School estreou em 2006 com seu debut homônimo acumulando elogios tanto da crítica quanto de fãs pelo país. "Hideout" é seu segundo LP e também foi lançado pela gravadora Beggars Banquet assim como seu antecessor. Com uma perfeita fusão entre o shoegazer, psicodelia e indie-rock e mergulhados em atmosferas etéreas e ritmos pungentes, a combinação sonora da banda é extremamente forte, explosiva e contagiante. As influências e semelhanças ficam a cargo de  nomes como Swervedriver, The Cure, Amusement Parks On Fire, Wilderness e algumas doses de Sonic Youth sempre com guitarras altamente   distor cidas, reverb e vocais melancólicos. Ainda há dosagens chapantes e sombrias de post-punk ao longo das faixas, o que torna esta obra ainda mais interessante e viciante. Destaques para "Dear me", "Lectric", "Sick Hipster Nursed By Suicide Girl", "Two Kinds", "Capitalized I", "Go Down Together", "Comapare", "Florida", "Plot And Plans" e "What I meant To Say". Treze canções absurdamente obrigatórias, discaço pra deixar no repeat pro horas e horas sem parar.







sábado, 24 de abril de 2010

Part Chimp "I Am Come" (2005)

Prepare os tímpanos pra esta afronta as efemeridades redondas e bonitinhas lançadas as dúzias nesta última década. Part Chimp é barulho e barulho dos bons, uma cruza perfeita entre Sonic Youth e Lighting Bolt, e lhe deixará no mínimo atônito se você não for muito chegado em noise de qualidade. A banda é composta por Tim Cedar (vocal e guitarra), Jon Hamilton (bateria), Lain Hinchliffe (guitarra) e Tracy Bellaries (baixo) e surgiu na cidade de Camberwell, Londres em 2000. Este é o segundo álbum dos caras que são responsáveis por estes petardos enlouquecedores em faixas de verdadeiras explosões sonoras altamente elétricas e em volume altíssimo. Canções como "Bakahatsu", "War Machine" (minha faixa favorita), "Bubbles", Punishment Ride", "Bring Back The Sound", "Fasto" e "30 Billion People" foram feitas para ouvir até surtar, violência genuína em puro noise-rock ameaçador. 


sexta-feira, 23 de abril de 2010

The Joy Formidable "A Balloon Called Moaning" (2009)


Banda gaulesa residente em Londres atualmente e criada em 2007. O trio é formado pelo casal Ritzy Bryan (guitarra, vocais) e Rhydian Dafydd (baixo) e também pelo baterista Matt Thomas. Este é o debut da banda que transborda guitarradas cruas sobre vocais extremamente doces em momentos que exalam shoegazer, indie-rock e pop por todos os poros, algo como uma fusão entre Pixies+Throwing Muses+Ride em eletricidade pura. Debut muito além da média, discaço dos melhores possíveis. Indicadíssimo. Nota 10 para a esmagadora faixa de abertura,"The Greatest Light Is The Greatest Shade", a elétrica "Cradle", a beleza de "Austere", "Whirring", a balada perfeita "9669"e o final aterrador "Ostrich". Excelente em 8 faixas matadoras sem decair em momento algum.





terça-feira, 20 de abril de 2010

Butterfly Explosion "Lost Trails" (2010)

Debut desta banda irlandesa formada por Gazz Carr (guitarra, vocais), John Coman (bateria), Conor Garry (baixo) e Jay Carty (guitarra) e  lançado em março deste ano. Com influências diretas do shoegazer feito nos anos 90 e alternando entre o dream pop etéreo e verdadeiras explosões de soundscapes libidinosas e entorpecentes, o Butterfly Explosion surge como um dos nomes mais poderosos de 2010 com este disco extremamente matador. Ao longo das 11 faixas você notará semelhanças com M83, Slowdive, Sigur Ros, My Bloody Valentine, Lush e mais algumas dezenas de significativas bandas totalmente influentes. É como um sonho tranquilizante daqueles em que não fazemos questão alguma de acordar, anestesia direta na alma, um relato expressivo de leveza e beleza contínua. "Closer", "Tracing Stars", "Sophia", "Chemistry", "Automatic", "Turn In You", "Insulate Dreams", "Carpark", "Crash...See You On The Other Side", "A Nearer Sky" e "A Warmer Moment" são sem dúvida as canções mais profundas e perfeitas feitas até o momento presente neste ano que ainda promete muitas surpresas. É impossível uma única audição desta obra altamente viciante, destes verdadeiros petardos sonoros mergulhados em éter e ópio. Aconselhadíssimo sem mais delongas. 


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Death Cab For Cutie "Transatlanticism" (2003)

Transatlanticism é o quarto álbum desta banda que surgiu como um projeto solo de Ben Gibbard, que mais tarde aliado a Nick Harmer, Jason McGerr e Chris Walla se tornaram responsáveis por este disco se tornar completamente bem aclamado tanto pela crítica quanto pelo público em geral. A banda está na ativa desde 1997 e surgiu em Bellingham, Washington. Já possui oito bons discos na bagagem, sendo o último lançado em 2008 e intitulado "Narrow Stairs". Seu estilo é marcado pela melancolia das letras e vocais de Gibbard e pelas melodias agridoces cheias de emoção. Indie-rock de qualidade e bem produzido apesar de que eu prefira coisas mais cruas e barulhentas. Bom registro dos caras.


Maribel "Aesthetics" (2009)

Outra pérola surgida da Noruega chegando para estremecer nossa estrutura psicológica e deixar-nos em frangalhos. Maribel, assim como as fantásticas Low Frequency In Stereo e Serena Maneesh são a prova da força noruegueza atualmente como berço das melhores bandas surgidas nesta década, e digo isto do fundo da alma por considerar este trio realmente como o mais genial destes últimos anos. Guitarras estridentes e convulsivas, vocais angelicais soterrados em meio a um turbilhão psicodélico e shoegazer nos relembrando os melhores momentos de My Bloody Valentine, Telescopes e Spacemen 3. Pois bem então deixo-lhes com esta paranóia genial e mágica, que chega a doer de tão perfeita e hipnotizante. Com certeza um dos melhores registros de 2009, ano de inúmeras bandas assombrosas e seus legados nem um pouco efêmeros. 



sexta-feira, 16 de abril de 2010

Suicide "First Album" (1977)

O Suicide é uma das bandas mais influentes do cenário norte americano, sendo formada no ano de 1971 em Nova York pelo duo Alan Vega e Martin Rev. Vega e Rev deram início ao Suicide se apresentando em casas de shows e bares novaiorquinos, lançando seu primeiro LP intitulado "First Album" depois de sete anos do surgimento da banda. Sua sonoridade é uma fusão estarrecedora entre no-wave, art-punk, art-rock, synthpunk, música eletrônica e industrial e seus shows sempre foram notórios pela ferocidade e controvérsia unida a voz marcante de Vega e as melodias repetitivas, agressivas e perturbadoras de Rev. Não tenho dúvida alguma ao afirmar que o minimalismo experimental de Rev fundido aos vocais rosnados e perturbadores com influências de cantores dos anos 50 de Vega são uma das coisas mais maravilhosas já feitas neste mundo, nesta história musical infindável em que o rock e seus subgêneros se situam. Nota 10 para a beleza encardida e insuperável composta por este duo de gênios marginais.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

The Darkside "Melomania" (1992)

Após o encerramento das atividades do genial Spacemen 3 boas coisas foram criadas. Um número generoso de boas bandas foram tecidas dos destroços de uma das bandas de space-psych-rock -shoegaze-post-punk mais fodas de todos os tempos. The Darkside surgiu pouco antes do lançamento do LP "Playing With Fire" em 1989, do Spacemen 3. A banda foi liderada por Pete Bain e este foi o segundo LP da banda, que um ano antes lançara uma de suas obras-primas intitulada "All That Noise". É inevitável as assimilações e comparações com a antiga banda de Bain, mas  no The Darkside o clima torna-se menos sombrio e mais acessível, com certa dose de dream-pop  juntamente ao clima dark-psychedelic  com nítidas influências shoegaze e texturas flutuantes. Disco de uma beleza sublime, petardo mágico da ácida década de 90. Obrigatório até o talo.



segunda-feira, 12 de abril de 2010

The Delta 72 "The Soul Of A New Machine" (1997)

Disco essencial desta banda surgida em Washington, DC no verão de 1994. A banda esteve na ativa até o ano de 2001 e sua última formação contava com Mark Boyce, Gergg Foreman, Jason Kourkounis e Bruce Reckahn. Sua sonoridade passeia com desenvoltura e maestria pelo garage-punk-blues-soul e se mantém próximo a bandas como The Dirtbombs, Make Up, The Makers, Weird War, com guitarras cheias de gingado, órgãos possuídos e vocais extremamente bêbados. Banda das mais bacanas surgidas nos anos 90, basicamente pra curtir bebedeiras em alto-astral e dançar até se acabar. Garage beirando a psicodelia sessentista incendiária do início ao fim. Vale a pena mesmo uma boa curtida no som dos caras. A festa estará garantida...nota 10.


terça-feira, 6 de abril de 2010

Viana Moog "Self Titled" (2008)

Antes de tudo gostaria de expressar a minha imensa satisfação e êxtase em ter sido escalado pessoalmente pela Viana Moog pra disponibilizar através do Sussurros e Escarros seu debut homônimo lançado em 2008 através da gravadora Plus Records. Gostaria de agradecer também pelas noitadas de canções profundas e subversivas, pelas bebedeiras e ataques diretos a sanidade humana proporcionadas pela genialidade coletiva de suas mentes e canções, e é claro pela amizade e credibilidade e nomes na lista de vez em quando. Será sempre um prazer enorme tê-los como fonte de inspiração e também como heróis reais, além de acreditar irremediavelmente na profundidade poética e sonora de sua obra como referência no que há de melhor sendo produzido na cena underground e indie atual. É realmente maravilhoso poder ouvir algo que una todo o desespero e iluminações poéticas de um gênio marginal fundido de forma tão sublime ao ataque elétrico e psicótico em que a banda o conduz em verdadeiros espetáculos de exorcismo artístico. São canções altamente inflamadas que percorrem o disco, lotadas de uma beleza áspera com pegadas pop de guitarras distorcidas, linhas de baixo angulares, bateria sempre precisa e vocais uivando pequenos poemas certeiros e dissonantes. Certamente este foi um dos discos mais esperados por todos que sabem da real importância  da Viana Moog no meio musical e que reconhecem nela um verdadeiro motivo de culto ao lado de geniais bandas do cenário underground gaúcho tais como Space Rave, Damn Laser Vampires, Girlish, Walverdes e em bandas mais recentes e também extremamente urgentes e maravilhosas como Loomer e Badhoneys. Esta sem dúvida é uma prova concreta da alta capacidade e qualidade do rock alternativo que é tecelado no extremo sul do país, elevando Cidade, Júnior, Cristiano, Luciano e Marcos ao mesmo patamar onde bandas como Pin Ups alçaram um dia. Este é um disco de uma urgência e beleza descomunal, um acúmulo de influências tanto literárias quanto musicais, passando pelo alt-rock clássico dos anos 90 feito pelo Dinosaur Jr, pelo subversivo e explosivo proto-punk exercido pelos Stooges, pela total insanidade dos Pixies, pela torrente de ruídos mágicos do Sonic Youth e pelas palavras insuperáveis de Lorca, Henry Miller, Oswald De Andrade e tantos outros santos que iluminaram nossa literatura. Decidi por uma resenha menos formal desta postagem talvez pela proximidade com estes gênios e pela admiração que possuo tanto a sua arte quanto ao caráter de cada um. Pois bem, deixo-lhes então com o disco mais celebrado por mim nestes últimos momentos. Urgente, obrigatório e genial do início ao fim.
Faixas: Santo Estéreo/ Fleck/ Chagas Adesivas/ Vertiplano/ Garota Católica Mártir/ O Melhor Do Espírito/ Pollock No Olho Esquerdo/ Striptease Revólver/ Twiggy/ Scott/ Transmickey/ Luxo Elétrico/ Casa Dos Gatos