Caros amigos, leitores e simpatizantes do blog, há algumas semanas atrás resolvi redirecionar o Sussurros e Escarros para outro endereço, mudando seu nome para To Fix The Sound In Your Head. A proposta inicial será mantida, sempre focando em apresentar-lhes o melhor do rock underground mundial (velharias e novidades) e dando espaço a bandas brasileiras que não apelam ao óbvio e exercem sua arte mesmo sem atingir grandes públicos. Espero de coração que gostem do novo blog e continuem seguindo e enviando sugestões e também peço aos blogs parceiros que alterem a url antiga pela nova. Um grande abraço a todos, até a próxima e obrigado desde já. Enjoy the noise!!!
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
terça-feira, 22 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Death By Kite "Self-Titled" (2007)
01 Sweet M.
02 Bahnhof Asta
03 Himmelfahrtskommando
04 Pills
05 It's Not A Song
06 Hiroshima
07 Scared Of Heights
08 Wedding
09 Dare I Eat a Peach?
10 Love Is Never Having To Tell A Lie
11 Bulletin / out
Death By Kite é uma banda emergente do cenário underground de Copenhagen, Dinamarca formada em 2005 e que atualmente conta em sua formação com Bjorn Alexander Gotzsche Lange, Mikkel Houltoug e Sidsel Marie Hermansen. O trio carrega em sua bagagem a reputação de shows extremamente altos e introvertidos guiados através da sonoridade da banda que exala referências insanas de noise-pop e melodias urgentes ao longo deste debut auto intitulado, lançado em 2007 através da gravadora Quartermain Records. Dentre as influências mais gritantes são notáveis nomes como Placebo, Sonic Youth, Mew, Siouxie And The Banshees, Joy Division e Interpol, referências diretas que aliadas a carga densa e explosiva contida nas canções tornam a obra como um todo um trabalho incendiário do início ao fim. Canções rápidas, bateria e baixo extremamente pulsantes, guitarras mágicas transbordando delays e vocais femininos/masculinos carregados de harmonia e dramaticidade fazem do Death By Kite uma das bandas preferidas da casa e sua estréia ainda pouca difundida em território brasileiro um dos trabalhos mais pungentes e gritantes da década passada. Certamente um trabalho para ouvir e lavar a alma ou exorcizar todos os demônios contidos nela, nesta fusão perfeita entre beleza, urgência e barulho.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Duyi "We Are Duyi EP" (2011)
1. Changing Your Toys
2. Everything You Think So Fun
3. Shame And Tears
4. Mequetrefe Nonstop
5. Mary
6. Run!
7. Changing Your Toys Wacka Wacka (Duyi Silent Disco Remix)
2. Everything You Think So Fun
3. Shame And Tears
4. Mequetrefe Nonstop
5. Mary
6. Run!
7. Changing Your Toys Wacka Wacka (Duyi Silent Disco Remix)
Surgida no início de 2011 como um projeto paralelo da banda gaúcha L.A.B. (Less a Bullshit) dos amigos Dan Schneider e Fernando Fisher, a Duyi presenteia-nos com seu debut lançado recentemente, o EP de 6 canções inéditas e um remix, intitulado "We Are Duyi" onde a influência direta no synth-pop dos anos 80 serve como força motriz para este excelente trabalho proferido pelo duo que também conta com João Augusto (ex-Stratopumas/Volantes/Bidê ou Balde) em sua formação. A atmosfera de colagens e loops segue firme entre as imensidões de sintetizadores e camadas tecidas ao longo da obra, causando um verdadeiro efeito extasiante durante sua audição, seja através da urgência dançante exposta em "Everything You Thing So Fun" e sua bela harmonia de cordas ou na delicadeza dos arranjos e nos vocais de "Mary", homenagem a irmã de Fisher. As referências deste caldeirão de inúmeras influências por onde a Duyi transita podem ser notadas através de bandas como Talking Heads, Flaming Lips, Electric Light Orchestra, The Smiths, The Cure, Bomb The Bass, New Order, John Frusciante e TV On The Radio, que de alguma forma contribuem para este incrível debut e sua fusão perfeita entre os elementos orgânicos e eletrônicos presentes a cada faixa, aliados aos vocais em perfeita sincronia de Fisher e Schneider. Certamente uma estréia para alcançar o topo de qualquer lista do ano!!!
Ouça "Mary" :
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Ryan Adams - Ashes & Fire (2011)
Não é segredo para ninguém a minha admiração pelo jovem Adams. Desde a época do Whiskeytown que fico sempre atento a seus lançamentos. Para mim ele é definitivamente, ou foi, a reencarnação (isto é o mais católico que posso chegar) de Gram Parsons, outro cara que admiro muito. Sua música sempre foi uma combinação de suas raizes(Jacksonville) “sertanejas” leia-se country/bluegrass/Nashville sounds + whisly + drogas + coração partido + rock e claro, boas companhias. Já gravou um dueto com Emilou Harris fazendo um cover do Parsons enfim, é um grande cara.
Agora careta(sóbrio) completamente lançou o aguardadissimo (pelo menos ali em casa) Ashes & Fire um disco que jornalisticamente diríamos volta as raízes (sim, eu utilizei um emulador de resenhas) e quebra sua parceria com o Cardinals, banda com a qual vinha gravando seus últimos trabalhos. Dizer que é um álbum excelente seria um exagero mas, ele tem momentos incríveis. A gravação, produção do disco é de um rigor extremo e ficou a cargo de Glyn Johns. Os microfones captaram tudo de forma belíssima e a voz de Adams está melhor do que nunca e tudo foi feito com o maior primor possível. Muita coisa denota para um disco acústico com pianos, violões, violinos tudo em quase primeiro plano, perdendo apenas para as vozes.
O disco abre com Dirty Rain que caberia perfeitamente em um disco do Whiskeytown e claro que já falei mas, repetirei, a voz dele está muito boa. Nunca saberemos se é a falta das drogas, da bebida e tudo mais, eu nunca acho que isto vem para o bem em um artista mas, ele está muito bem, seja lá qual for a técnica/fuga que utilizou. Ashes and Fire, que dá nome ao disco é definitivamente a melhor. Não sei se existe mas é uma valsinha country, música pra tocar numa festa de debutantes em Nashville e coloca Ryan mais uma vez no patamar dos grandes compositores e músicos da cena sulista e country norte-americana. Come Home é uma baladinha, outra que caberia muito bem no Whiskeytown e parece aquelas músicas de fim de filme, chamando alguém de volta para casa. É um convite a alegria e o fim de um exílio mesmo que seja apenas dentro de si mesmo e isto diz muito já que recentemente citou em entrevistas que por muitos anos virou um personagem em sua própria vida. Atuou como fantasma e muito disso pode ser resultado de uma vida ou temporada de excessos. Em sua vida sempre passou por altos e baixos, ora extremamente feliz e hora em completa depressão, corações partidos e uma briga até com a música e com o público.
Recentemente ameaçou largar completamente a música devido a problemas sérios de saúde, ainda bem que desistiu desta burrice. Alie a isto o fato de sua avó (que o criou) ter morrido durante a elaboração do disco e pouco antes ter ligado para Adams pedindo (Come Home) que ele voltasse para casa para que ela o visse, antes de morrer.
A cantora e pianista Norag Jones tocou piano no disco e participou da criação de 3 faixas, Come Home, Save me e Kindness. Além dela, o guitarrista dos Cardinals e sua esposa Mandy Moore participaram, ele como guitarrista e ela fazendo os vocais de apoio.
Para resumir um pouco, é um grande álbum. Uma pessoa despreparada/desacostumada a country music talvez se sinta um tanto deslocada ouvindo ele mas para os amantes da boa música e desnudos de preconceito uma verdadeira pérola.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
lavalsa "lavalsa" (2011)
01 Simon's Song
02 Grissitar
03 Impossible Dreams
04 She Floats
Complicado é pegar um disco para resenhar, achá-lo ótimo e ter que se contentar com apenas 04 músicas. A faixa de abertura tem guitarras tenazes e um andamento esperto, isso tudo com um vocal certíssimo sobre esse cara que acha o mundo estranho. A instrumental Grissitar é a pausa antes da melancólica Impossible Dreams, que lembra, em suas passagens mais pesadas, noventeiras como Pist*On e canções soturnas do Anathema.
Mas o fechamento do disco foi que me cativou. She Floats, canção verdadeiramente filha do SY, com um vocal lindão demais, desapegado e despojado, candidata ao som mais maneiro que ouvi ultimamente.
Agora é esperar por um full-lenght, essas doses homeopáticas estão me deixando ansioso demais.
Mas o fechamento do disco foi que me cativou. She Floats, canção verdadeiramente filha do SY, com um vocal lindão demais, desapegado e despojado, candidata ao som mais maneiro que ouvi ultimamente.
Agora é esperar por um full-lenght, essas doses homeopáticas estão me deixando ansioso demais.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
s.o.m.a. "Deus Ex Machina" (2011)
01 dogma
02 moirae
03 through a glass darkly
04 .g
05 the myth of sisyphus
02 moirae
03 through a glass darkly
04 .g
05 the myth of sisyphus
Eu já andava bastante curioso em ouvir este disco, principalmente após ouvir um streaming de Dogma, a faixa de abertura deste disco, mas também pelo fato de conhecer o som da s.o.m.a. desde o lançamento de Om. Naqueles dias eu ouvia muito post rock, e esses caras me chamaram a atenção.
Então, eu não sabia que o Lucas também tocava na Herod Layne, outra banda muito bacana que tive a oportunidade de ver em Porto Alegre no Sinewave Festival, bem no meio do carnaval deste ano. Foi lá que conheci esse cara, que estava aparentemente tenso antes do show, mas isso acontece com todos nós...
O Al foi quem me colocou a par da multifuncionalidade do Lucas, e quando contei para ele que curtia muito essa banda me pediu que resenhasse este disco, "beleza", pensei, e está sendo muito bom fazê-lo. Deus Ex Machina possui uma infinita série de referências ao estilo mais reflexivo do rock alternativo. Ali, de cara, encontrei um pouco da minha banda favorita desta área, Yndi Halda, porém com aquelas saídas cheias de diminutas, herança metálica, que se vê nas progressões que a banda toma como direção, lembrando muito sons como Parhelia e canções mais pesadas do Mogwai. Claro que a banda não é um acúmulo de referências, ela tem seu lado único, motivo que sempre me levou a curti-la. Seus arranjos em violões com alternâncias entre 3/4 e 4/4 são de bom gosto elevado, onde se vê a coragem de brincar com valsa, música romântica e diminutos 'diabolos in musica', tudo isto cercado de muralhas emocionais erguidas com guitarras muito pesadas, bateria inspirada e baixo marcante. Fora o solo de '.g', que foi o melhor que ouvi neste ano.
Faça como os caras, abra a bag, toque o disco, feche a bag e espere o próximo.
Então, eu não sabia que o Lucas também tocava na Herod Layne, outra banda muito bacana que tive a oportunidade de ver em Porto Alegre no Sinewave Festival, bem no meio do carnaval deste ano. Foi lá que conheci esse cara, que estava aparentemente tenso antes do show, mas isso acontece com todos nós...
O Al foi quem me colocou a par da multifuncionalidade do Lucas, e quando contei para ele que curtia muito essa banda me pediu que resenhasse este disco, "beleza", pensei, e está sendo muito bom fazê-lo. Deus Ex Machina possui uma infinita série de referências ao estilo mais reflexivo do rock alternativo. Ali, de cara, encontrei um pouco da minha banda favorita desta área, Yndi Halda, porém com aquelas saídas cheias de diminutas, herança metálica, que se vê nas progressões que a banda toma como direção, lembrando muito sons como Parhelia e canções mais pesadas do Mogwai. Claro que a banda não é um acúmulo de referências, ela tem seu lado único, motivo que sempre me levou a curti-la. Seus arranjos em violões com alternâncias entre 3/4 e 4/4 são de bom gosto elevado, onde se vê a coragem de brincar com valsa, música romântica e diminutos 'diabolos in musica', tudo isto cercado de muralhas emocionais erguidas com guitarras muito pesadas, bateria inspirada e baixo marcante. Fora o solo de '.g', que foi o melhor que ouvi neste ano.
Faça como os caras, abra a bag, toque o disco, feche a bag e espere o próximo.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Starfire Connective Sound "The Sound Also Rises EP" e "Self-Titled EP" (2011)
"The Sound Also Rises EP" (2011)
01 Drive The Breeze
02 The Girl With A Country Name
03 The Sound Also Rises
04 Acid Morning Ride
05 To Dream That You Are Floating Drunk Among The Storm
06 No Horse Heaven
07 Head Full Of Ghosts, Heart Full Of Whores
08 Drive The Breeze (Echo Vocal Mix) Bonus Track
"Starfire Connective Sound EP" (2011)
01 I Sweep The Streets Without Finding God
02 They Call Her One Eye
03 This Modern Cave
04 Electric Whore
05 Love Is A Lonely Ghost Floating Inside
06 Walt Whitman's Brain
07 Starfire Connective Sound
Dead Skeletons "Dead Magick" (2011)
Menções a temas como ocultismo e esoterismo. psicotrópicos, morte e espiritualismo são alguns dos pontos centrais que emanam diretamente na obra de estréia deste quarteto formado na capital islandesa, Reykjavik por Nonni Dead, Henrik Björnsson e Ryan Carlson Van Kriedt. Surgidos sob os mesmos ares gélidos de algumas das bandas mais geniais, piradas e inovadoras da história como The Sugarcubes, Björk, Sigur Rós, Go Go Darkness e Singapore Sling o Dead Skeletons não deixa seu nome para trás com seu debut intitulado Dead Magick e surge com uma obra digna de qualquer lista de melhores do ano ao fundir lisergicamente seu groove psicodélico com tons dark e neo-góticos em 12 canções carregadas de mistério e experimentalismo. Druggy music ao melhor estilo do legado deixado por Anton Newcomble e seu The Brian Jonestown Massacre com influências diretas de Suicide dando novos ares ao futuro da música psicodélica onde o tema central passa a ser a morte e os sintetizadores e guitarras regem o clima perturbador nesta pérola alucinógena que certamente deverá ser mantida como um divisor de águas na história da nova música alternativa e underground mundial. Um disco essencial do início ao fim!!!
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Freak SCene: "Catarina Sounds" (2011)
01 "Quando os Muros se Tornam Estradas" Bela Infanta
02 "Junia" Cassim & Barbária
03 "Drive The Breeze (Echo Vocal Mix)" Starfire Connective Sound
04 "Príncipe" Búfalo
05 "Manabu" Os Skrotes
06 "ICU" Where I Belong
07 "Outono de 1987" Bela Infanta
08 "The Orchard III" Cassim & Barbária
09 "The Girl With A Country Name" Starfire Connective Sound
10 "Hanna" Búfalo
11 "O Estupro dos Cisnes" Os Skrotes
12 "Anymore" Where I Belong
Texto por Léo Telles Motta
Através de manifestações ora discretas, ora extravagantes, a produção cultural alternativa efervesce mundo afora. Agora. Mas não só agora, não só lá fora e certamente não só o que é captado pelos curtos braços da mídia tradicional e até mesmo de portais mais relevantes destes segmentos. Santa Catarina, ainda que a raros passos mais largos, é também parte dessa efervescência. A coisa está acontecendo aqui dentro e lá fora; o produto é descentralizado e o meio também, cada vez mais.
Na coletânea Freak SCene: Catarina Sounds, o músico gaúcho Al Schenkel - instalado no sul catarinense há cinco anos - faz uma curadoria com algumas dessas conexões musicais mais recentes. A tracklist é diversificada tanto em questões sonoras quanto em seu desdobramento geográfico. De Guaramirim a Criciúma, passando por nossa capital e outras grandes cidades nos arredores, temos vários pontos dentro da linha tênue que separa o minimalista e o explosivo, o lo-fi e o super-produzido.
Instrumental junkie, krautrock, noise-rock, folk, grunge e pós-punk são algumas das tags para esta coletânea, que traz uma salada de nomes ainda mais diversa; Cassim & Barbária, Starfire Connective Sound, Búfalo, Skrotes, Where I Belong e Bela Infanta. O que há neste registro é um apanhado perspicaz de uma cena recente - e até um pouco subestimada - que grita por atenção, por sua sinceridade e comprometimento ao livre espírito da criação musical. De quebra, essa mixtape é empacotada (na medida do possível, se tratando de arquivos digitais) pela arte de Itapa Rodrigues, músico e artista plástico gaúcho.
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